quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Woody Allen

Acordei com Woody Allen hoje, e adivinha?
Eu estava em Paris e era meia-noite.
De pseudo-intelectual consinto me deixar levar pelas ruas de uma cidade que não conheço, de uma época que não vivi e de me apaixonar por escritores que nunca li, e por músicos e pintores que pouco vi.
É indescritível viver uma história de amor comigo mesma.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Te liguei ontem
queria te perguntar do seu grito
queria te sugerir uma troca
uma conversa
vc não retornou
hoje acordei pensando em vc
pintei um quadro
esperei
ressenti
abandonei
voltei atrás e te liguei
queria te contar das cores que usei
senti um pouco do mesmo
senti medo
e lembrei
dos meus passos
dos nossos laços
laços de amor
que muitas vezes algemas
e agora a seda mais fina é uma ameaça
assim como toda ausência é abismo
e neste momento a rima não encaixa
porque o sentimento truncado é puro fatalismo.
Que no fundo tenta ser arte.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Por Thabata Paz

"Era meia noite, quase dez horas
O sol raiava no horizonte.
Um homem nú vestido, sentado em pé, num banco de pedra feito de madeira, lia sobre a luz de uma lanterna apagada um jornal sem páginas....
De súbito, aos pouquinhos, lhe surge pela frente bem atrás de si um cadáver vivente, que calado assim dizia:
Viva os peixes que voam no ar, viva as aves que nadam no mar.
Assim dizendo, puxou de sua espada que não tinha cabo e só faltava a lâmina e cravou-a no peito do cadáver vivente.
O mundo é uma bola quadrada, que gira parada. Mais vale morrer do que perder a vida!"

domingo, 24 de abril de 2011

Feriado - Um Balanço

Menos voz.
Mais uma distração.
Mais uma lágrima.
Mais um sorriso.
Mais um desejo.
Mais carinho.
Mais possibilidades.
Mais muitas doses.
Mais muitos amigos.
Menos você.
Mais eu.
Menos amor.
Mais amor.
Muito mais chocolate.

Volante

Sou volante,
Nasci pra voar,
Corpo estripidante,
Jogado no ar.
Sou adrenalina constante.
Sou medo.
Sou possibilidade de queda.
Nunca fato.
Pode não ser o seu,
Mas há sempre um braço.
Por isso vou alto, não caio, plano.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Milágrimas - Zélia Duncan

"Em caso de dor, ponha gelo
Mude o corte do cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema, dê um sorriso
Ainda que amarelo
Esqueça seu cotovelo
Se amargo for já ter sido
Troque já este vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério, deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada milágrimas sai um milagre
Em caso de tristeza vire a mesa
Coma só a sobremesa
Coma somente a cereja
Jogue para cima, faça cena
Cante as rimas de um poema
Sofra apenas, viva apenas
Sendo só fissura, ou loucura
Quem sabe casando cura
Ninguém sabe o que procura
Faça uma novena, reze um terço
Caia fora do contexto, invente seu endereço
A cada milágrimas sai um milagre
Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
Sinta o gosto do sal
Sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas, três, dez, cem mil lágrimas, sinta o milagre
A cada milágrimas sai um milagre"